“O amor
de Cristo nos move”
|
Irmãos e irmãs em Cristo, desejo
a todos alegria, esperança e paz!
Nas últimas décadas, o nosso país tem experimentado um tempo de estabilidade e prosperidade, favorecendo também as camadas mais pobres da sociedade. Porém, a realidade de exclusão e de miséria do nosso povo, na cidade e no campo, ainda persiste. É urgente, pois, que estejamos empenhados em colaborar na promoção da justiça social em nossa terra. Contudo, devemos nos lembrar do motivo e da razão fundamental que nos move e inspira nestas realizações, enquanto cristãos católicos e enquanto Igreja de Cristo: o Amor de Deus. Nossa ação não se constitui apenas numa organização sócio-política para reivindicar direitos fundamentais do cidadão e do ser humano, como se fôssemos uma simples instituição de assistência social e caritativa, ou uma organização de defesa dos direitos sociais e políticos. Toda a nossa ação tem sua raiz na Palavra e no Amor de Deus. O nosso empenho e esforço central consiste em conhecer a Palavra de Cristo e fazê-la guia de nossa própria vida. Desse modo, toda e qualquer ação e iniciativa nossa, enquanto batizados, discípulos missionários de Jesus e Igreja de Cristo, decorrem do Amor a esta Palavra de Vida e Verdade. Isto é o que nos conduz e inspira, movendo-nos a promover o direito e a justiça, a liberdade e dignidade de todo ser humano, pois somos todos irmãos no Senhor, filhos do mesmo Pai Celeste, unidos pelo vínculo de Amor do mesmo Espírito Divino. Devemos assim recordar que a evangelização vai unida sempre à promoção humana e à autêntica libertação cristã. Como bem recorda o Santo Padre Papa Bento XVI, na abertura da Conferência de Aparecida: “Amor a Deus e amor ao próximo se fundem entre si: no mais humilde encontramos Jesus mesmo e em Jesus encontramos Deus. Por isso mesmo, será também necessária uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja. A vida cristã não se expressa somente nas virtudes pessoais, mas também nas virtudes sociais e políticas.” Fundamentados, pois, na rocha da Palavra de Deus e no seu Amor, devemos nos sentir impulsionados a levar a Boa Nova da Salvação aos nossos irmãos e a toda a sociedade. Como afirma o Documento de Aparecida: “Discipulado e missão são como as duas faces de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva. De fato, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro”. Nosso povo do campo e da cidade tem direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas de vida: livres das ameaças de fome e de toda forma de violência. Para estas pessoas, a Igreja deseja, juntamente com as forças da sociedade, fomentar uma cultura da vida que permita “passar da miséria da posse do necessário, à aquisição da cultura [...] à cooperação no bem comum [...] até o reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que é a fonte e o fim deles”, como ensinou o Papa Paulo VI. Nesse contexto, são múltiplas as ações pastorais da Igreja, unida à sociedade civil organizada, tendo em vista a meta principal que são a denúncia profética da injustiça e da opressão, tendo como objetivos: defender e promover a vida humana; denunciar todas as formas de exclusão e as causas profundas que levam o povo a viver em condições de vida precárias e muitas vezes sem perspectivas de futuro; e construir alternativas que tragam esperanças e perspectivas de vida para o povo. Deixemo-nos guiar por Cristo e que o seu amor faças brotar em nós os frutos da caridade perfeita.
Dom
Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal |
sábado, 28 de julho de 2012
Palavra do Arcebispo Dom Jaime
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário