“Eis que venho, Senhor, com prazer, fazer a vossa vontade”
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Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, quero evidenciar os sentimentos que habitam o meu coração e as recordações que povoam a minha mente ao entrar, hoje, nesta manhã de domingo, o primeiro da Quaresma, na Igreja Catedral de Natal (...). Confiando mais em Deus do que em mim mesmo, em minhas forças e capacidades, coloco-me diante do Senhor para ouvir a sua voz, ver os seus sinais e refletir sobre os seus desígnios, considerando sempre a sua santa vontade e buscando conhecer o que se apresenta à realização da minha missão em Natal. Foi assim que procedi em Campina Grande, aquela querida e saudosa Igreja, onde fui tão bem acolhido e com felicidade exerci o meu ministério, descobrindo e assimilando seus dons, carismas e virtudes, pelo que manifesto a minha perene gratidão. Ao diletíssimo Clero de Natal, a quem saúdo com toda estima, quero fazer o louvor e o reconhecimento de suas virtudes e dons, exaltar e identificar o seu espírito de fraternidade, unidade e solidariedade. Duas palavras quero indicar aos padres. Primeiro, o apelo do apóstolo São Paulo, quando diz: “Carregai os fardos uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo” (Gl 6,2). Depois, o ensinamento de Santo Inácio de Antioquia, que orienta: “A unidade do presbitério com o seu Bispo deve ser tal e tamanha que se assemelhe a uma cítara com cordas bem afinadas, cujo toque produz um perfeito uníssono”. Asseguro que estarei aberto e disponível para o diálogo franco, sincero e corresponsável, pois temos todos um só objetivo, que é o de colaborar com a obra de Deus, deixando-nos usar por Ele como instrumentos ao seu serviço. Diante disso, no exercício do ministério, considero falta gravíssima qualquer gesto ou atitude de autoritarismo e falta de acolhimento para com as pessoas, que, em qualquer circunstância, nos procurem como fiéis ovelhas do rebanho de Cristo, assim como todos aqueles que nos diversos serviços, pastorais e movimentos representem a Igreja Arquidiocesana diante da sociedade (...). Ao povo de Deus, agradeço as orações pela Igreja e pelo novo Arcebispo, pelas manifestações de acolhimento e de esperança no desejo de colaborar com o seu pastor, a fim de que o rebanho de Cristo possa se fortalecer. Lembro as palavras de Santo Agostinho ao se dirigir à assembleia dos fiéis de sua Diocese: “Para vós sou Bispo, convosco sou cristão. Este nome é causa de alegria e consolação, aquele é motivo de tremor. Aquele é nome do cargo, este é nome da graça. Aquele é ocasião de perdição e este de salvação”. Quero, pois, convocar e incentivar todos os fiéis no comprometimento e engajamento na missão da Igreja na vida civil: na comunhão e participação nas comunidades paroquiais e nas ações da sociedade civil organizada, sendo presença de Cristo pelo anúncio do Reino e testemunho do Evangelho (...). Recomendo toda a Igreja de Natal aos cuidados maternos de Nossa Senhora da Apresentação e aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, chama viva e luminosa da fé que foi semeada e cresceu esplendorosa nestas terras. * Fragmentos da homilia proferida dia 26 de fevereiro, por ocasiao da posse |
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal
Arcebispo Metropolitano de Natal
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