O papa Bento XVI durante os seus oito anos de pontificado deixou um
verdadeiro legado. Suas obras científicas permearão pela eternidade como
um aprendizado para as atuais e futuras gerações. Como membro de várias
academias científicas da Europa, e com oito doutorados honoríficos de
diferentes universidades, o Santo Padre sempre foi um intelectual, e
profundo conhecedor da essência humana.
Na Carta Encíclica, Caritas in Veritate, dos documentos pontifícios,
Bento XVI chama a atenção para temas contemporâneos como os desvios e
esvaziamento do sentido da caridade na atualidade, que a excluem da vida
ética, e ainda impedem a sua correta valorização. No documento
intitulado “O Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade”,
Bento dedica aos bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas,
fiéis leigos, e a todos as pessoas de boa vontade, uma intensa reflexão
sobre a caridade, via mestra da doutrina social da Igreja.
“A caridade é amor recebido e dado; é graça. A sua nascente é o amor
fontal do Pai pelo Filho no Espírito Santo. É amor, que, pelo filho,
desce sobre nós. É amor criador pelo qual existimos; amor redentor, pelo
qual somos recriados.”. Descreve um trecho da Carta.
Perante uma realidade de um mundo cada vez mais individualista, o Sumo
Pontífice faz um chamamento ao “bem comum”. “Amar alguém é querer o seu
bem e trabalhar eficazmente pelo mesmo. Ao lado do bem individual,
existe um bem ligado à vida social das pessoas: o bem comum. É o bem
daquele “nós-todos”, formados por indivíduos, famílias e grupos
intermediários que se unem em comunidade social. Não é um bem procurado
por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e
que, só nela, podem realmente e com maior eficácia obter o próprio bem.
Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de
caridade.”
O papa ainda questiona o sentido e os critérios que a sociedade se
baseia para “diferenciar” os seres humanos. “A vocação ao progresso
impele os homens a “realizar, conhecer e possuir mais, para ser mais”.
Aqui levanta-se o problema, sobre o que significa “ser mais”? Para
responder a esta indagação Bento XVI lembra Paulo VI: “O que conta para
nós é o homem, cada homem, cada grupo de homens, até se chegar à
humanidade inteira”.
Fonte: CNBB
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