Para
freira de clausura, a escolha de Bento XVI de viver no mosteiro revela
sua "grande simplicidade". O Papa é muito corajoso, embora frágil e
idoso, disse.
Uma das freiras que viveram no mosteiro onde o Papa Bento XVI vai passar
a residir, diz que sua escolha mostra a sua "grande simplicidade",
porque "não é um obra de arte ou nada comparável a outros edifícios do
Vaticano".
"Sua decisão de retirar-se foi uma surpresa para mim, mas ele é muito
corajoso, embora frágil e idoso", disse uma freira da Ordem da Visitação
de Santa Maria ao grupo ACI, que pediu anonimato pela sua vida de
clausura.
"Mas esta decisão é a prova de que ele tem uma mente muito lúcida",
afirmou ela, acrescentando que "o nosso amor próprio não nos permite ver
as nossas próprias limitações, ao contrário do que o Papa Bento XVI
fez". "Se eu o amava antes", declarou ela, "agora eu o amo ainda mais".
As irmãs levam uma vida simples, sem pessoal de serviço. Elas passam o
tempo rezando e, para seu aniversário de 400 anos de fundação, fizeram
vestes litúrgicas para que o Papa Bento doasse para as igrejas mais
pobres.
"Uma semana antes de sairmos ele nos perguntou: 'o que o Papa faria sem
vocês' e nos pediu para continuar orando por ele", disse a freira. "A
decisão nos fez chorar, mas ele tem sido muito corajoso", acrescentou.
O mosteiro, chamado Mater Ecclesiae, tem uma área de cerca de 400 metros
quadrados e situa-se ao oeste da basílica de São Pedro. Ele contém uma
capela, uma sala de coro, uma biblioteca, uma porão, um terraço e uma
sala de visitas que foi adicionada em 1993.
Quando o Papa Bento XVI anunciou no dia 11 de fevereiro que iria deixar o
papado e viver no convento, a especulação começou a circular sobre
quando ele tomou sua decisão, uma vez que renovações no edifício
começaram em novembro de 2012.
De acordo com a freira espanhola, que atualmente reside em um convento
em Madri, o prédio não foi reformado em 18 anos e precisava de reparos
menores.
"Tivemos umidade no porão e as janelas precisavam ser mudadas, e no
terraço precisava de uma reforma e pintura por causa da neve do ano
passado", explicou ela. "Mas o prédio é muito pequeno, por isso eles
tiveram que esperar que nós o deixássemos para começar a trabalhar
nele".
Refletindo sobre sua experiência de vida no convento do Vaticano, a
freira da Visitação disse que ela e suas irmãs religiosas sentiam que
"estavam no coração da Igreja". "Foi uma experiência que é muito difícil
de colocar em palavras", afirmou. Sua missão era rezar pelo Papa, pelas
suas viagens, e acompanhá-lo em oração diariamente.
A freira espanhola lembrou que o Papa Bento XVI, muitas vezes
agradeceu-lhes por suas orações e cuidava regularmente de informar-se
pelo seu bem-estar. Ele queria originalmente freiras francesas para
viver no mosteiro, explicou ela, mas devido ao pequeno número de
vocações na França, ele decidiu que seria melhor buscá-las na Espanha.
O mosteiro foi fundado em 1994 pelo beato João Paulo II como um lugar
dedicado exclusivamente à oração pelo Papa, pelo seu ministério e pelos
cardeais.
A ordem da Visitação de Santa Maria foi escolhida entre muitos outros
grupos religiosos para viver no mosteiro desde o dia 7 de outubro de
2009 até 7 de outubro de 2012. Sua estadia foi estendida por 15 dias e
elas deixaram o mosteiro em 22 de outubro, logo após a festa do Beato
Papa João Paulo II. As sete irmãs habitavam em conventos da Espanha,
sendo uma de nacionalidade colombiana e outra de Guiné Equatorial.
Fonte: ACI Digital
Da redação do Portal Ecclesia.
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