O Papa
Francisco presidiu na manhã deste sábado, 29, a missa na basílica
vaticana, por ocasião da solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo,
padroeiros da Igreja de Roma. No Brasil, a solenidade será celebrada
neste domingo, 30.
A cerimônia
teve início com o rito da imposição do pálio, símbolo de comunhão com o
bispo de Roma, a 34 novos arcebispos metropolitanos, entre os quais três
brasileiros: dom Antônio Carlos Altieri, da arquidiocese de Passo Fundo
(RS), dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus (AM), e dom
Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP).
A presença de
bispos de todo o mundo, disse o Papa em sua homilia, torna esta festa
ainda mais jubilosa, pois constitui uma enorme riqueza que faz reviver,
de certa forma, o evento de Pentecostes: "Hoje, como então, a fé da
Igreja fala em todas as línguas e quer unir os povos numa só família".
"Quando
deixamos prevalecer os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, a
lógica do poder humano e não nos deixamos instruir e guiar pela fé, por
Deus, tornamo-nos pedra de tropeço. A fé em Cristo é a luz da nossa vida
de cristãos e de ministros na Igreja!". O Pontífice desenvolveu três
pensamentos sobre o ministério petrino, guiados pelo verbo "confirmar".
Em primeiro lugar, confirmar na fé. O Evangelho fala da confissão de
Pedro: "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo", uma confissão que não
nasce dele, mas do Pai celeste. É por causa desta confissão que Jesus
diz: "Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja". "O
papel, o serviço eclesial de Pedro tem o seu fundamento na confissão de
fé em Jesus, o Filho de Deus vivo, tornada possível por uma graça
recebida do Alto", explicou Francisco, que todavia advertiu para o
perigo de pensar de forma mundana.
Em segundo
lugar, o bispo de Roma é chamado a confirmar no amor. Na segunda
leitura, São Paulo diz: "Combati o bom combate, terminei a corrida,
permaneci fiel". O combate ao qual o Apóstolo se refere não é o das
armas humanas, "que infelizmente ainda ensanguenta o mundo", mas o
combate do martírio.
Por fim, o
sucessor de Pedro deve confirmar na unidade. Francisco se dirigiu
diretamente aos arcebispos para falar que a presença deles nesta
cerimônia é o sinal de que a comunhão da Igreja não significa
uniformidade e não só, é preciso reforçar a colegialidade: "Devemos
caminhar por esta estrada da sinodalidade, crescer em harmonia com o
serviço do primado"."São Paulo tem uma única arma: a mensagem de Cristo e
o dom de toda a sua vida por Ele e pelos outros. (…) O bispo de Roma é
chamado a viver e confirmar neste amor por Cristo e por todos, sem
distinção, limite ou barreira. E não só o bispo de Roma: todos vocês,
novos arcebispos e bispos, têm a mesma tarefa: deixar-se consumar pelo
Evangelho. A tarefa de não se poupar, sair de si a serviço do santo povo
fiel de Deus".
Na Igreja,
disse o Papa, a variedade sempre se funde na harmonia da unidade, como
um grande mosaico onde todos os ladrilhos concorrem para formar o único
grande desígnio de Deus. "E isto deve impelir a superar sempre todo o
conflito que possa ferir o corpo da Igreja. Unidos nas diferenças. Não
há outra estrada católica para nos unir. Este é o espírito católico,
este é o espírito cristão: unir-se nas diferenças. Este é o caminho de
Jesus!".
Como é tradição
desde 1969, uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
participou da celebração - presença que é retribuída por ocasião da
Festa de Santo André, em 30 de novembro.
Fonte: Canção Nova Notícias / Foto: Rádio Vaticano
Da redação do Portal Ecclesia.
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