O Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança, celebrado hoje, dia 20 de
novembro, foi instituído durante o III Fórum da Rede Global de Religiões
para a Infância (GNRC), realizado em Hiroshima, em maio de 2008.
Anualmente são organizados em dezenas de países oportunidades para a
proteção dos direitos e a promoção do bem-estar das crianças. O dia 20
de novembro é o Dia Internacional da Infância, e data em que foi
proclamada a Convenção sobre os Direitos da Criança pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
Mobilização de recursos baseados na fé para o fim da pobreza infantil.
Essa é a nova iniciativa inter-religiosa lançada no IV Fórum da Rede
Global de Religiões pela Criança (GNRC), realizado de 16 a 18 de junho
de 2012 em Dar es Salaam, na Tânzania (África Oriental). O encontro
reuniu 400 pessoas de 64 países, entre líderes religiosos, defensores
dos direitos das crianças, funcionários da Organização das Nações Unidas
(ONU) e representantes da sociedade civil de todo o mundo.
A Declaração do IV Fórum destaca: "Vemos a pobreza como a mais grave
injustiça global, a pior e a forma mais extensa de violência. A
realidade das crianças em situação de pobreza nos reuniu para discutir:
distribuição desigual de recursos, a guerra e a violência, a corrupção e
a má governança. Os valores sobre os quais nossas tradições religiosas
são construídas nos obrigam a responder ao desafio da pobreza infantil."
Os representantes da América Latina no IV Fórum chamaram a atenção sobre
a relação que existe entre violência e pobreza, com manifestações
específicas em cada país.
Em muitas situações a pobreza causa a violência, em outras, a violência
gera a pobreza. Nos últimos dez anos o Brasil reduziu de forma contínua a
desigualdade social. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios 2011 (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), entre 2001 e 2011, a renda per capita dos 10%
mais ricos acumulou aumento de 16,6%, enquanto a renda dos mais pobres
cresceu 91,2%. Mesmo com o crescimento econômico, o Brasil é um dos 12
países mais desiguais do mundo, afirma o Comunicado do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), n°155, 2012. A renda entre as
pessoas no país produz grandes abismos sociais. Quanto mais extenso esse
abismo, maiores as chances de haver comportamentos marcados pela
violência entre pobres e ricos. Em determinadas situações, as crianças
que vivem em famílias pobres podem ser vítimas da violência dos adultos
causada pela falta de oportunidades de renda. Outra expressão da
violência é a ausência de recursos suficientes para as famílias
ofertarem para as crianças condições para atender os direitos
fundamentais, alimentação adequada e nutritiva, saneamento e moradia,
espaços seguros para brincar e oportunidades de ampliar o conhecimento.
Os limites orçamentários dos governos no país ainda impedem que os
serviços públicos cheguem no tempo adequado aos mais pobres.
A partir de 2012, o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança inclui o
tema da pobreza infantil. As tradições religiosas assumem o compromisso
de mobilizar recursos e adotar medidas inter-religiosas de comunicação e
diálogo contra todas as formas de violência e práticas nocivas para as
crianças dentro das comunidades e além.
Da Pastoral da Criança
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