Num recente
artigo publicado em seu blog pessoal, o padre João Carlos de Almeida,
conhecido como padre Joãozinho, escreveu algumas notícias sobre a
evolução do estado de saúde do padre José Fernandes de Oliveira, o padre
Zezinho, que em setembro de 2012 foi acometido por um acidente vascular
cerebral (AVC) isquêmico.
O sacerdote
conta que esteve junto com o padre Zezinho nesta sexta-feira e durante
este sábado, 13, em São Paulo (SP) para terminar um livro que terá
lançamento em breve. "Percebi padre Zezinho mais ativo e criativo que
nunca". Padre Joãozinho conta que o AVC deixou seu amigo com diversos
limites. "Um deles foi a falta de autonomia. Os médicos o aconselharam a
não dirigir sozinho. Aos poucos ele já foi se superando e hoje dirige
seu carro por pequenas distâncias, mesmo dentro de São Paulo.
Aparentemente o acidente vascular não afetou nada em sua mobilidade,
visão, audição e reflexos. Apenas estava sob observação e, por
prudência, não dirigia. Etapa vencida".
Quanto a
alimentação e o acompanhamento médico, padre Joãozinho diz que ambos
entraram em uma fase mais tranquila e sem a tensão atenção dos inícios.
"Todos os que sofrem um AVC ficam como quem foi assaltado dentro da
própria casa e espera o ladrão voltar. Aparentemente, no caso de padre
Zezinho, foi um episódio isolado que só não foi mais grave pela forma
saudável como ele sempre tratou o próprio corpo: sem vícios e vivendo
com moderação", diz padre Joãozinho.
"No início o
limite mais evidente ficou no campo justamente da comunicação e
expressão. Ele tinha muita dificuldade para lembrar nome de pessoas,
lugares, funções. Algumas palavras também aparentemente haviam sido como
que deletadas de sua memória. Não digitava e falava com dificuldade.
Pensava certo. Mas, como ele mesmo dizia, os pensamentos não grudavam
nas palavras. A leitura era muito difícil. Não conseguia digitar e era
incapaz de cantar suas canções de memória. Apenas assobiava as melodias.
Mas cantar mais do que um verso era impossível", esclareceu o
sacerdote.
Atualidade
A imagem que
ilustra esta matéria, é um indiscreto registro de hoje, 12, feito pelo
padre Joãozinho, enquanto Zezinho, com sua bagunça organizada, gravava
programas de rádio em seu próprio quarto, em São Paulo.
"Você deve
estar estranhando: programas de rádio? Sim. Encontrei um padre Zezinho
extremamente empenhado em superar os limites que o AVC lhe deixou.
Passados seis meses, ele ainda permanece com falhas perceptíveis na
pronúncia. Para procurar uma foto para nosso livro ele me trouxe uma
geringonça com, pelo menos, 20 pendrives. Fui procurando a tal foto e
achando sem querer seus mais de 300 livros inacabados. São inspirações
preciosas que ele teve e continua tendo. Agora tem tempo de concluir sua
obra inacabada. Acaba de publicar o livro 'Pensar como Jesus pensou'.
Tem mais ao menos cinco livros no prelo em quatro editoras diferentes.
Prepara um CD com canções ao Coração de Jesus (dehonianas) que pretende
ser uma ajuda na manutenção das obras de formação dos futuros padres.
Não canta. Nem consegue ainda. Mas orienta cantores a fazer do jeito que
ele faria. Padre Zezinho recuperou completamente seu ritmo de produção
literária e continua sendo o modelo de catequista que todos conhecemos",
contou o padre.
Para o padre
Joãozinho, o que lhe surpreendeu foi ver que ele começa a ensaiar sua
volta ao rádio. "Com ajuda de um programa de computador ele grava
sozinho em seu próprio quarto e edita suas próprias falas retirando
pequenas falhas, gaguejadas, palavras repetidas ou faltantes. Mostrou-me
uma gravação de dois minutos que estava simplesmente perfeita. Milagre
da tecnologia e da genialidade de alguém criativo o bastante para criar
novos poemas e melodias, mas teimoso e humilde o suficiente para
reinventar seu modo de comunicar. Como ele mesmo diz: o rio teimosamente
encontra o caminho do mar!".
Da redação do Portal Ecclesia.
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