domingo, 23 de setembro de 2012

Palavra de Dom Jaime para este domingo 23/09

PALAVRA DO ARCEBISPO
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal
 
 
À Palavra de Deus corresponde a fé do homem
 
Irmãos e irmãs no Senhor Jesus, o Sínodo dos Bispos sobre a Palavra ensina que "a Deus que se revela, devemos prestar a obediência da fé. A Ele que, ao falar, se doa, o homem, ao escutar, entrega-se, livre e totalmente pela adesão da fé". Isso implica, da parte da comunidade e de cada fiel, uma resposta plena a uma proposta de total comunhão com Deus e de adesão à sua vontade. Esta atitude de fé e comunhão será manifestada, em cada encontro com a Palavra, na pregação viva e na leitura da Bíblia: "Deus fala aos homens como a amigos para convidá-los e recebê-los em comunhão com Ele. Nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seres humanos através do seu Filho pelo Espírito Santo e conversa com eles".

Podemos compreender que a Revelação é comunhão de amor, que a Escritura, frequentemente, exprime com o termo "aliança" (Gen 9,9; 15,18; Ex 24,1-18; Mc 14,24). A fé diz, pois, respeito à Palavra de Deus em todos os seus sinais e linguagens. É uma fé que, em virtude da ação do Espírito Santo, recebe da Palavra uma comunicação de verdade; uma fé que reconhece à Palavra a prerrogativa de ser estímulo primário para uma conversão eficaz, luz para responder às muitas perguntas da vida do fiel, guia para um reto discernimento sapiencial da realidade, solicitação para 'praticar' a Palavra (Lc 8,21), e não só para ler ou proferir, e finalmente fonte permanente de consolação e de esperança. Disso resulta que, na lógica da fé, o fiel deve estar aberto para reconhecer e garantir o primado da Palavra de Deus na própria vida, recebendo-a como a Igreja a anuncia, compreende, explica e vive.

Nesse sentido, temos Maria como modelo de acolhimento da Palavra de Deus. Como filha exemplar de Israel, no caminho de penetração do mistério da Palavra de Deus, Maria de Nazaré, a partir do acontecimento da Anunciação, torna-se mestra e mãe da Igreja e modelo vivo de todo o encontro pessoal e comunitário com a Palavra, que ela acolhe na fé, medita, interioriza e vive (Lc 1,38; 2,19.51; At 17,11). Maria, com efeito, escutava e meditava as Escrituras, associando-as às palavras de Jesus e aos acontecimentos que ia descobrindo na sua história. Ela sabe olhar à sua volta e vive as urgências do quotidiano, ciente de que o que recebe do Filho como dom é um dom para todos.

A Virgem ensina a não sermos espectadores de uma Palavra de vida, mas a tornarmo-nos participantes, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo que habita em todo aquele que crê. Ela 'glorifica' o Senhor, ao descobrir na sua vida a misericórdia de Deus, que a faz 'bem-aventurada', porque "acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor" (Lc 1,45). Convida, além disso, todo fiel a fazer próprias as palavras de Jesus: "Felizes os que acreditam sem ter visto" (Jo 20,29). Maria é a imagem do verdadeiro orante da Palavra, que sabe guardar com amor a Palavra de Deus, transformando-a em serviço de caridade, para manter acesa a lâmpada da fé no quotidiano da existência.

Assim, convido todos os fiéis da nossa Arquidiocese a tomarem parte na escola de Maria, na escuta atenta da Palavra de Deus, prontos para dizerem sim a Deus, estando constantemente ao lado de Jesus, Nosso Senhor e Salvador.
 
 

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